Como se premiar sem precisar atuar

O dia 27 de março é considerado o dia internacional do Teatro. Esse fato me inspirou a escrever algumas linhas dedicadas aos maiores atores do planeta, “NÓS”.

Nós atuamos tão bem, que nossas atuações passaram a ser consideradas verdades e nosso verdadeiro EU passou a ser totalmente anulado. Por quê? Porque será que temos o diploma da vida de atores exímios? Quando na maioria das vezes nem nos damos conta deste fato cotidiano? Eu acho que é porque desde a nossa infância, quando falávamos a verdade em certas situações éramos punidos por isso.

Se você duvida que atua como um verdadeiro ator ou atriz, então me responde o seguinte: você sempre agiu ou age exatamente como seu coração quer em qualquer situação? Você tem a “coragem” de dizer tudo que você tem vontade para qualquer pessoa que seja? ... É muito difícil não é mesmo? Geralmente não queremos dizer em voz alta o que sentimos desde criança, ou mesmo dialogar interiormente o que queremos de coração por achar “impossível” o que gostaríamos de alcançar. Ah...e muitos de nós nos acostumamos tanto com o sofrimento que anulamos qualquer possibilidade do novo, ou seja de mudança, por força do habito, continuamos mentindo e “atuando” como os premiados do Oscar do cinema Hollywoodiano. Semana passada quis contribuir com uma sessão gratuita para a minha manicure que ao fazer minhas unhas estava com um rosto tão triste que achei por bem dar um empurrãozinho no pensamento dela, daí perguntei umas perguntinhas daquelas que você não esta acostumada (o), como por exemplo; que tipo de homem você quer especificamente? Ela revirava os olhos tentando responder, mas não conseguia dar uma palavra, só ria, eu sabia que ela nunca tinha pensado nesse assunto daquela maneira, mas se não pensamos não manifestamos, dai depois da terceira pergunta ele me diz a queima roupa mesmo sabendo que eu estava me esforçando para ajudá-la a sair da depressão em que se encontrava; --“ Ahhaaa... Lygya, é melhor você deixar eu fazer sua unha e pronto viu...” não desisti 100% de sacudir sua mente um pouquinho e respondi; --“Que pena né? As vezes a vida nos dá exatamente o tesouro que precisamos para sairmos do sofrimento em que nos colocamos, mas, estamos tão acostumadas com o sofrimento e maneira de pensar antiga que recusamos mudar com o presente”... e me calei com uma vontade louca de continuar, mas a experiência me ensinou a calar e respeitar o que outro ser humano prefere mesmo que seja o sofrimento.

Aprendi também que querer ser milionária e falar alto sobre isso, é um convite para os ouvintes pensarem que somos loucos ou muito materialistas (principalmente a família que não esta acostumada a isso). Ninguém quer ser chamado de maluco ou materialista no Brasil, afinal de contas ser milionário parece coisa ruim para a grande maioria da nossa sociedade. Nos Estados Unidos quando você diz isso, as pessoas celebram com você e ainda lhe dão apoio moral pra você conseguir alcançar sua meta. Mas compreendo perfeitamente como esse fato passou a ser considerado pecaminoso no Brasil, acho que a mídia, novelas e filmes mostrando a classe A sendo esnobe e fria em geral tem muito haver com essa fama. Alguns milionários que conheço são pessoas extraordinárias e que contribuem para a sociedade da melhor maneira que podem. Já tive a oportunidade de conhecer milionários que atuavam como pessoas de classe média, por ter vergonha da maioria de sua classe social. Eles também querem ser amados e terem amigos sinceros sem olho gordo em suas fortunas materiais.

Enfim co-existimos em um verdadeiro show de teatro começando pelos nossos governantes até a nossa família. Todo mundo aprende desde criança a fingir que não fez isso ou aquilo, e nos tornamos atores pro resto da vida. Quantas vezes quando estamos trabalhando com alguém que merece ouvir umas boas verdades não o fazemos porque não temos a coragem suficiente? Afinal de contas, será que vale à pena perder esse emprego? Ou, pensamos, eeeeuuuuu...deixa pra lá...não quero confusão não...mas fica aquele mal estar, rotineiro entre aquelas duas pessoas, aturando aquele sentimento mal resolvido, sem que ninguém tenha peito pra falar a verdade que esta estampada no rosto. Preferimos muitas vezes atuar todos os dias, nesta situação teatral na ilusão de que estão “sabendo viver”. Você sabia que indo trabalhar todos os dias já sabendo que vamos deparar com uma pessoa que temos um assunto mal resolvido nos faz mal a saúde?

Se você descobrisse que tinha câncer amanhã, você começaria a pensar em desabafar sentimentos que sente dentro de você por muitos anos dizendo a verdade a quem precisa ouvir, ou se trancaria num quarto escuro e choraria até morrer de tristeza sentindo pena de si mesma (o), como muitos fazem?

E se você tivesse a escolha de viver seus últimos dias de vida sendo você mesmo(a) se autorizando a ver todo o seu brilho único sem limitações? Você viveria seus últimos dias fazendo tudo que fosse possível para ser feliz se autorizando a fazer tudo que sempre teve vontade e não fez, ou você se entregaria aos hospitais como muitos fazem até morrer sem esperança de vencer a doença que você mesmo produziu? Você não acha que se você a produziu, o poder de eliminá-la também é todo seu? Quem sabe se MUDAR de vida é exatamente o melhor remédio do mundo para a cura?

A minha resposta para as duas perguntas seria viver tudo que posso enquanto posso, afinal de contas já que vou morrer, vou morrer feliz fazendo tudo que não fiz e se isso me curar, saberei então como viver de verdade, daí só atuaria nos palcos de teatro de verdade (já fui atriz também).

O que você acha melhor mudar a hoje mesmo para “prevenir” um câncer? Ou continuar vivendo como sempre viveu, atuando que nem ator ou atriz de novela até morrer, sem se dar o direito de se conhecer mais e fazer mais para você e os seus?

Você acha que seria melhor viver uma vida extraordinária de acordo com a sua inteligência e criatividade ou uma vida humilde, frustrante e mentirosa como a maioria da sociedade em geral vive?

Só saberemos o quanto somos verdadeiros do fundo do nosso ser, e o quanto isso é gratificante, quando juntarmos todas as nossas forças e usar nossa coragem para lidar como nossos medos em relação a rejeição, desentendimento, julgamento e sabe lá mais o que, inventado por nós mesmos, como desculpa para fazer das nossas vidas verdadeiras novelas dramáticas... Se pensarmos em nosso bem estar e deixar o que os outros vão pensar de lado, temos uma grande chance de melhoria nos palcos da vida.

Será que vale a pena falar a verdade do que acreditamos? Qual seria o resultado se fossemos chamados de “diferentes” ou “anormais”? Ou seria melhor deixar como esta pra ver como é que fica? Afinal já vivemos assim até aqui, e estamos vivendo, mediocremente, mas vivendo. Pra que mexer naquilo que esteve quieto por tanto tempo? Nossas feridas emocionais, nossas ilusões e desilusões da juventude, nossos ideais, nossas paixões? Tarde demais?

Tá bom, então vamos empurrando com a barriga essa sociedade cheia de alegria “teatral” nos dias de carnaval... Vamos festejando a ilusão de ser um povo feliz. Aqui vai o que penso sobre nossa cultura promovida como alegre no mundo inteiro; Somos “alegres”, mas quando se trata da felicidade verdadeira começando dentro de nós mesmos, ainda não aprendemos. Precisamos de uma boa educação emocional tipo ponta de agulha de acupuntura pra sacudir as estruturas ultrapassadas.

Atuar teatralmente é fingir ser... e se preferimos existir na fase adulta sendo um personagem criado por nós mesmos por causa da pressão dos nossos pais e avós ou professores de escolas, ou mesmo o líder da religião da família na infância, estaremos proibindo a nós mesmos de nos enxergar e iluminar o mundo com a nossa luz natural e incomparável. Aquele ou aquela que assume seu direito de pensar, crer e desejar sem se deixar levar pelas influencias passadas, poderá sofrer por não ser compreendida (o), mas no final da vida nunca irá se arrepender do que NÃO fez ou falou. Irá sim morrer com o orgulho de ter sido quem nasceu para ser, e contribuir com sua luz única, sua verdadeira essência. A nossa história esta cheia de lideres assim.

Nós podemos a qualquer hora (agora mesmo) decidir “mudar”, seja em que idade for, ultrapassar nossas limitações de influencia da infância e pelo menos ter a curiosidade de procurar ver quem realmente somos sem medo do que temos dentro de nós. Por mais absurdo que pareça temos a responsabilidade de nutrir a nós mesmos, simplesmente por que nesta realidade em que vivemos o teatro geral já virou comedia ridícula, e isso me faz sentir a necessidade imensa de escrever para o mundo inteiro ler, que todos nós nascemos para dar asas as nossas verdadeiras causas, sonhos e contribuições, respeitando e amando a nós mesmos.

Pra que atuar outro personagem quando nós nascemos exatamente para sermos quem somos?





A autora é a única brasileira no mundo que combina intuição Xamanica com técnica americana de coaching (treinamento) para ajudar pessoas a adotar atitudes positivas e poderosas que irão eliminar o estresse e injetar paixão na vida profissional assim como a pessoal. Lygya Maya viveu no exterior por 29 anos, e já se apresentou em vários programas de radio e TV Americana (WB11, Fox, CBS, E NBC), além de ter sido mencionada em jornais como o New York Times, New York Post, Daily News, e em revistas como Vanity Fair, Essence, Time Out de Londres. Ela foi uma palestrante da companhia de Anthony Robbins (mestre motivador americano) viajando o mundo em sua companhia por 3 anos e agora volta a morar no Brasil e escreve dicas poderosas e realísticas para você criar uma vida extraordinária. Seu site.

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