As três vantagens da arte de ouvir

Há muito tempo que venho pensando em escrever um artigo sobre a arte de ouvir e suas vantagens. Em geral o ser humano tem a tendência de “escutar” e/ou falar ao invés de “ouvir” e isso nos faz perder muitas vezes o fio da meada, ou seja, o aprendizado contido muitas vezes em uma entonação, o detalhe profundo contido numa palavra da maneira como é dita ou um simples sinal representado pelo silêncio de alguém. Sim, podemos estar atentos até no silencio e aprender muito do mesmo. Caso queira saber mais sobre isso estarei pronta para responder.
 
A arte de ouvir é esmagada muitas vezes pela vontade de ser ouvida, uma necessidade, quase alarmante de nós seres humanos. A popularidade das clinicas de psicanálises e o numero de gente quase gritando suas necessidades aos outros sobre si, é a prova mais forte que tenho para provar o meu ponto de vista sobre isso.
 
Uma coisa tão importante como saber ouvir raramente nos é ensinado propriamente desde criança, e por isso na nossa fase adulta em geral persistimos em falar mais do que ouvimos. Como se fosse uma rebelião emocional inconsciente.
 
Já soube de estórias como perder entrevista de empregos por ter falado demais na entrevista e/ou relacionamentos importante pela mesma razão.
 
Quando notei esse fenômeno humano passei a observar as desvantagens e vantagens deste poderoso instrumento que possuímos e comecei a tirar proveito da minha descoberta sendo premiada simbolicamente com troféus em todas as ocasiões, principalmente nas sessões com meus clientes.
 
As vantagens de saber ouvir são inúmeras, mas nesse artigo vou citar 3 delas:

⁕ Aprendemos mais
⁕ Conectamos mais profundamente
⁕ Ajudamos mais
 
Aprendemos mais porque quando calamos a informação entra sem interrupções. Ou seja, nunca iríamos aprender caso falássemos ao mesmo tempo do que nossos professores na sala de aula, não é mesmo?
 
Conectamos mais profundamente sem dúvida, por que ao ouvirmos com o coração iremos dar vazão a energias que somente ouvindo teremos o poder de explorar e conectar.
 
Ajudamos mais porque quem fala mais tem necessidades que precisa ser liberadas através daquele ato, ao se comunicar para desabafar e melhorar seu estado emocional a pessoa tem alivio imediato naquele momento.
 
Ouvir profundamente me ajudou tremendamente a aprender acima de tudo com quem estou lidando e como poderia ajudar aquela pessoa de uma maneira quase milagrosa.
 
Podemos nos inspirar em varias coisas para “ouvir” profundamente, uma delas é baseada em uma historinha curta que me foi enviada que serve para expor minhas idéias sobre esse tema que diz assim:
   
Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:



- Além do cantar dos pássaros, você esta ouvindo mais alguma coisa ? 



Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:



- Estou ouvindo um barulho de carroça. 



- Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia. 

Perguntei ao meu pai:



- Como pode saber que a carroça esta vazia, se ainda não a vimos ? 



Ora, respondeu meu pai.

É muito fácil saber que uma carroça esta vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz. 



Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), ou tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: " Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz..." 
Autor desconhecido.
 
No caso desta história o autor coloca as negatividades que certas pessoas demonstram ao falar de certa forma, mas também há aquelas pessoas que simplesmente se calam por dentro e por fora se chamando de tímidos deixando sua voz anestesiada, ou seja, sem ser ouvida por anos a fio. Nem desta forma nem da outra os resultados serão  frutíferos para o desenvolvimento. O que é positivo e harmonioso é nosso interesse em aprender do outro com respeito.  Claro que só podemos dar o que temos por isso caso uma pessoa praticamente grite ao falar, minha interpretação seria que aquela pessoa esta gritando de desespero por sua atenção, muitas vezes ela esta carente de respeito de sua família e cresceu agindo desta forma para se sentir notada ou reconhecida.
 
Que fique bem claro aqui que “escutar” é uma coisa, “ouvir” é outra. Escutar é ouvir sem o coração, maquinalmente, ou seja, sem emoção envolvida, sem interesse ou foco em resultados positivos. Como por exemplo, quando estamos nos aprontando para sair e alguém fala com a gente de longe e gritamos que tudo bem!!!! Ao passo que “ouvir” no sentido que estou dando a palavra, é ouvir com atenção conectada ao coração, olhando nos olhos do outro, procurando soluções (caso precise) para um problema sendo exposto pelo outro, tendo a intenção de adicionar naquela conversa o melhor resultado possível, às vezes a melhor maneira de agir é simplesmente “ouvir” e deixar a outra pessoa desabafar até quando ela se calar sem interromper. Parece fácil não é? Mas muita gente que conheço não consegue fazer isso.
 
Sugiro você experimentar com sua família ou colegas de trabalho fazer um teste neste assunto e ver o resultado imediato da pessoa em relação a você. Depois comente aqui comigo sobre o que aconteceu adoraria saber.
 
E para finalizar não poderia deixar de mencionar a exceção à regra, ou seja, se por um acaso o tipo da pessoa que chamamos popularmente de “cri cri” estiver sempre pronta para nos importunar falando horas à fio coisas que não irão adicionar nem a ela nem a nós, traduzindo; enchendo o saco da gente, temos a obrigação de “ajudá-la” a calar a boca por meios criativos e educados assim como ter de ir ao banheiro rapidamente ;)
 
Temos obrigação de valorizar o nosso tempo, portanto se sentirmos que “ouvir” irá contribuir para nossas vidas assim como a de alguém, ótimo,  caso contrario, já sabe como se sair sem machucar.
 
Sua na arte de ouvir e amar...
 
L.)





A autora é a única brasileira no mundo que combina intuição Xamanica com técnica americana de coaching (treinamento) para ajudar pessoas a adotar atitudes positivas e poderosas que irão eliminar o estresse e injetar paixão na vida profissional assim como a pessoal. Lygya Maya viveu no exterior por 29 anos, e já se apresentou em vários programas de radio e TV Americana (WB11, Fox, CBS, E NBC), além de ter sido mencionada em jornais como o New York Times, New York Post, Daily News, e em revistas como Vanity Fair, Essence, Time Out de Londres. Ela foi uma palestrante da companhia de Anthony Robbins (mestre motivador americano) viajando o mundo em sua companhia por 3 anos e agora volta a morar no Brasil e escreve dicas poderosas e realísticas para você criar uma vida extraordinária. Seu site.

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