O aproveitador de contatos

Se há um tipo de gente que não entendeu a forma correta de se manter e desenvolver uma rede de relacionamento, é o “aproveitador de contatos”. Esta figura tem o foco no próprio umbigo e dedica boa parte de sua massa cinzenta para arquitetar maneiras de sobressair, mesmo que isso signifique prejudicar outros participantes de sua rede de contatos. Veja, abaixo, alguns comportamentos típicos do aproveitador de contatos:

“O contato é meu. Não vou apresentar pra ninguém”


Isto é típico do aproveitador. Ele acha que é dono das pessoas e mantém sua estratégia buscando sempre tirar proveito das conexões. Erroneamente, ele crê que as conexões têm mais importância que ele próprio e crê que, se seus contatos forem compartilhados com amigos, isso o enfraquecerá. Bem... pode ser que ele tenha razão, caso não esteja trabalhando seus valores particulares.

“Se alguém tem que se dar bem, esse alguém sou eu”


Nem sempre somos os melhores parceiros para um negócio. Saber orientar nossos contatos para que eles realizem as melhores parcerias e façam excelentes acordos é lei para se manter e desenvolver um rede de relacionamento de confiança. O aproveitador não quer pensar assim e acaba por querer estar no centro das atenções e cobrar o pedágio por não fazer absolutamente nada. Quer se dar bem e todos irão perceber. Aos poucos, ele está se aproximando do crematório de sua imagem.

“Eu não sou tão bom, então vou falar mal do outro”


Levanta a mão quem conhece esse tipo de pessoa. Às vezes, são empresários talentosos e que poderiam se destacar através de sua capacidade e brilho pessoal, mas preferem denegrir a imagem de outras pessoas. Outras vezes, estes empresários são incompetentes em alguma área e têm medo de que seus amigos percebam. Quando temos alguma carência em qualquer área, devemos falar abertamente para nosso grupo de amigos, pois eles serão as pessoas mais indicadas para nos ajudar a encontrar capacitação ou parcerias. Note bem: sinceridade e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

“Toma o meu cartão. Me dá o seu. Tchau.”


Tadinho do aproveitador. Ele não tem tempo pra nada. Você marca um evento de networking e ele chega esbaforido depois do início e sai assim que termina, ou até antes. Pega o cartão de um, de outro, distribui os seus cartões e não dedica nem alguns poucos minutos para conversar e criar laços com seus contatos. Acha que quantidade fala mais alto que qualidade...

“Se eu te indicar um cliente, o que que eu ganho?”


Tem gente que vive repetindo uma expressão típica de pobre: “quem trabalha de graça é relógio”. Que tolice. Pobre é que ganha pra trabalhar. Rico ganha pra gerar resultados. Se é assim que o aproveitador enxerga sua rede de contatos, vai continuar pobre e vai arrastar com ele quem concordar com essa postura e compartilhar esta crença.

“Poxa! Eu te ajudei. Você tem que ficar do meu lado.”


Ah, pelo amor de deus! Se ajudou alguém esperando ser aceito ou receber favores de volta, este aproveitador não merece mesmo fazer parte de nossa rede de relacionamento. O verdadeiro parceiro deve ajudar por querer ver os amigos bem, indicando parcerias, oportunidades, clientes, fornecedores, funcionários e empregos.


Estes são só alguns dos comportamentos nocivos que são praticados pelo aproveitador de contatos. Se você conhece gente assim, ajude esta pessoa a entender o valor de um bom relacionamento de negócios. Se você enxergou em si próprio alguns destes comportamentos, procure refletir sobre os resultados de longo prazo que você tem obtido com esta postura e mude. Seus amigos agradecerão.





O jornalista Marcello Pepe (MTB 19259/MG) trabalhou por muitos anos para o jornalismo brasileiro nos Estados Unidos, onde pode editar, redigir e diagramar vários periódicos brasileiros. Lançou em 1997 o premiado PlanetaFax, sendo o primeiro informativo diário em português nos EUA. Atualmente, é gestor do Relaciono, professional coach, palestrante e professor de comunicação em público. Confira o novo blog de Marcello Pepe em www.marcellopepe.com

O conteúdo veiculado nas colunas é de responsabilidade de seus autores.