Minha Vida

Narrado em primeira pessoa, apresenta o protagonista Missail Poloznev em busca de um sentido para a sua vida, repudiando a nobreza, classe social em que nasceu, pois a vê hipócrita e fútil. Para fugir a ela, abandona o lar paterno e os trabalhos intelectuais e busca no trabalho braçal a fuga da mediocridade. A desilusão acontece quando percebe a falta de justiça com que são tratados os trabalhadores humildes, e mais, quando vê aqueles que desempenham os trabalhos mais simples também cometerem atos injustos e violentos. O autor aborda com maestria e sensibilidade únicas temas como o contraste entre a cidade e o campo, as divisões sociais, o sofrimento e a opressão dos trabalhadores e o fracasso de ideais. Seus personagens intelectualizados discutem filosofia, porém não são empreendedores. Missail e sua esposa, Maria Viktorovna, filha de um engenheiro que ganha dinheiro ilicitamente, demonstram a dualidade entre a idealização de uma sociedade e sua cruel realidade. Maria Viktorovna tem por ele uma paixão volúvel, condicionada às circunstâncias e provocada mais pela inusitada opção de vida de seu amado. Apesar de não autobiográfico, Minha vida é considerada uma ficção baseada, sob muitos aspectos, nos anseios e experiências do próprio autor. O personagem do doutor Blagov é médico como Tchekhov. A doença da irmã de Missail, Cleópatra, remete ao leitor a fatal doença do autor: a tuberculose. A esposa de Missail decide criar uma escola para os camponeses, assim com Tchekhov o fez. E a experiência que o autor teve com os mujiques, tema tão presente em Minha vida. Ao descrever com tamanha habilidade a solidão e a angústia de Missail, percebe-se que Tchekhov estava mesmo destinado a escrever obras extraordinárias, como o fez desse admirável livro.


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