Como Manter a Cabeça Fria com a Ousadia Alheia

Você acredita no ditado, ”Quando um não quer dois não brigam”? Eu não conseguia acreditar nisso, não conseguia entender como alguém poderia me ofender e eu não reagir. Já vi gente ficar roxinha de tanta raiva, e outros branco/pálido e perder a ação, por alguma coisa que alguém fez, ou falou. Eu achava que quem não reagia era trouxa, até começar a pesquisar mais profundamente minhas emoções e meus traumas emocionais infantis. Hoje em dia acredito nesta expressão antiga porque é muito difícil alguém me tirar do sério. Pelo que estudei e aprendi reagir negativamente ou positivamente em uma situação dificultosa, é uma opção nossa, portanto o nosso “poder” esta justamente ai. Se quisermos uma situação negativa transformada em positiva, apesar dos pesares, então devemos sabiamente “liderar” aquela situação da melhor maneira que pudermos.



Como fazer isso sem se prejudicar com uma ulcera nervosa? Devemos decidir usar a nossa determinação para aprender dessas situações com alguém que nos faz tremer de raiva ou ficar tristes. A sabedoria dos mestres ensina que em vez de julgarmos aquela pessoa, podemos passar a questionar a nós mesmos durante ou mesmo depois do acontecido. Se quisermos mudar e começar a praticar manter a cabeça fria com a ousadia alheia, saiba de antemão que no começo pode ser dificílimo, mas conforme treinamos nossas mentes no decorrer do processo, encontraremos as raízes do “porque” de nossas reações incluindo o porquê de nos deixar levar por energias alheias quando não nos favorece. Nas nossas reações estão nossas experiências e opções de aprendizado durante a vida. Eu mesmo já me espantei com a simplicidade das razões de minhas reações. Mas para que isso aconteça, precisamos de focalizar em nossa evolução e como resultado teremos a compreensão em vez do julgamento.



Quando alguém nos destrata ou faz alguma coisa que vai de encontro aos nossos valores e princípios, a maioria de nós seres humanos, sentimos a emoção chamada ódio ou a tristeza, porque isso é interpretado como desrespeito. Temos certos padrões de vida, necessidades e crenças que consideramos importantes, caso haja interpretação de desrespeito de nossa parte a contrariedade, pode até chegar ao extremo da briga ou doença física.



A solução é transferir nossa energia imediatamente para a cura e não para o ataque. Para a lição e não para a reação. Para o coração e não para a maldição.



Aqui vão três dicas em forma de exemplos de questionamentos internos, antes, durante, ou após o ocorrido:



Essa pessoa não responde a meus padrões. Talvez eu precise mudar minha percepção porque ninguém tem que agir de acordo com o que eu acredito. E/ou...


Talvez essa pessoa não saiba o que eu sei, portanto cabe a mim compreender sua limitação e me esforçar para inverter esta situação num aprendizado para ambos. E/ou...


Porque será que me sinto tão inconfortável com o que essa pessoa diz ou pensa? Se não fosse importante para mim nem se sentiria tão emocionada/o. Da onde será que vem essa minha reação emocional? Do que me faz lembrar?


Esse tipo de dialogo interno não só irá nos dar um tempo para respirar profundamente e relaxar quando mais precisamos (quando o sangue sobe pra cabeça), como também irá nos ensinar a lidar com a situação mais sabiamente. Aconteça o que acontecer, não há desculpa suficiente para perder a cabeça numa situação delicada. Uma vez assisti com a boca aberta de surpresa, uma entrevista na TV americana de uma mãe que resolveu perdoar o assassino de sua filha e ia visitá-lo no presídio por compaixão. Ela disse na sua entrevista que uma pessoa tão vazia de amor só poder merecer compaixão. O ladrão por sua vez chorava de remorsos na entrevista por ter assassinado a filha de uma mulher extraordinária. Talvez ele saia de lá um dia redimido pelo banho de amor que tomou e o aprendizado do que vale uma vida, talvez não, mais o ato daquela mãe me fez ver a grandiosidade de que somos capazes.



Mãe Teresa dizia: Se enchemos nosso coração de ódio por outro, não teremos espaço para amá-lo.



Quando alguém consegue “influenciar” a gente ao ponto de perdermos a cabeça, essa pessoa conseguiu ter poder sobre a situação e não a gente. No passado reagia a tais situações de duas maneiras:

Falava alguma coisa com raiva e explodia ou
Falava nada e ia pra casa frustrada comigo mesma por não ter respondido à altura. - Ah!!! Podia ter falado isso e/ou aquilo. Porque não falei? Que besta que eu fui...


Meu dialogo interno continuava ao ponto de me perturbar o sono às vezes. Já aconteceu isso com você alguma vez?

Cheguei à conclusão do seguinte; tudo no universo é operado por vibração, e conseqüentemente ressonância. Quando uma pessoa ataca, a outra só reage se aquilo encontrou ressonância (pode ser a nível físico, se for uma agressão física, ou moral, se for uma agressão verbal). Quando se toca uma nota em qualquer instrumento musical, pode notar que a nota vai ressoar formando uma composição de dimensional de tons similares a mesma nota fazendo eco, porque estão afinadas entre si (daí vem a palavra "afinidade"). Se reagirmos a uma agressão nos deixando perturbar, é porque ela ressoou em nós, e procurando entender o nosso próprio mecanismo, procurando localizar ONDE ressoou nossa emoção e o PORQUÊ da nossa reação, temos a chance de eliminar os nossos próprios bloqueios emocionais. Uma vez que isso acontece, não sentimos necessidade de dar uma resposta agressiva, pois onde não há ofensa não há necessidade de contra-ofensa ou caso a situação nos dê uma oportunidade de liderar ou ensinar algo positivo a outrem podemos também usar o bom humor.

Gandhi e Jesus foram exemplos extremos de que mesmo agressões físicas não podiam perturbar suas almas. Pode-se destroçar o corpo, matá-lo, mas só é possível fazer o mesmo com sua alma se você o permitir. Mas eu ainda não cheguei ao alto nível de espíritos elevados como os deles, e por isso ainda respondo com sabor de ensinamento. Como por exemplo, no dia que uma moça que conheci na academia que freqüento diariamente, me viu dançar e brincar com pessoas ao meu redor na sala de condicionamento físico, disse: Nossa! A pilha de que você é feita nunca para não é? Quando você vai parar??. Eu sorri, e continuei dançando (claro!) e olhando para ela com toda a minha intenção positiva disse sem hesitar: “Você tem razão, não, essa pilha aqui é das boas e não para facilmente, mais eu compreendo que isso pode incomodar, e já que eu gosto de você, como solução, minha sugestão é que você pare de olhar pra mim... ;)”

Caso consiga ter no fundo do seu ser uma mente tranqüila e serena, isso lhe premiará com um poder altamente elevado, de compreensão, sabedoria, e muito senso de humor. De drama já estamos cheios (na TV, no radio e nos comentários do dia a dia), mais a alegria de aprender todos os dias sobre nós mesmos precisa ser desenvolvida e praticada diariamente pra a vitória da loteria da vida.

“Brigar qualquer um pode mais compreender e ajudar independente da situação ocorrida, nem todos...” – Lygya Maya

E você? Prefere ser parte da maioria ou dos especiais cabeças frias? Você perde a cabeça facilmente ou consegue responder com maestria?





A autora é a única brasileira no mundo que combina intuição Xamanica com técnica americana de coaching (treinamento) para ajudar pessoas a adotar atitudes positivas e poderosas que irão eliminar o estresse e injetar paixão na vida profissional assim como a pessoal. Lygya Maya viveu no exterior por 29 anos, e já se apresentou em vários programas de radio e TV Americana (WB11, Fox, CBS, E NBC), além de ter sido mencionada em jornais como o New York Times, New York Post, Daily News, e em revistas como Vanity Fair, Essence, Time Out de Londres. Ela foi uma palestrante da companhia de Anthony Robbins (mestre motivador americano) viajando o mundo em sua companhia por 3 anos e agora volta a morar no Brasil e escreve dicas poderosas e realísticas para você criar uma vida extraordinária. Seu site.

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