Paciente Steve, O
STEVE, UM PACATO PUBLICITÁRIO norte-americano, tem sua rotina transformada quando descobre ser portador de uma doença desconhecida e incurável. Apesar de estar em ótima forma e não há sintomas visíveis da moléstia, que recebe a denominação de Síndrome Preparatória para a Extinção, de Goldfarb e Blackstone - seus descobridores -, ou simplesmente PREXIS. Dada sua condição de ex-marido amargurado, pai medíocre e autor de slogans que são verdadeiras pérolas da propaganda, os cientistas especulam que Steve possivelmente sobre de uma forma letal de tédio. Decidido a virar o jogo e buscar a cura para sua vida, ele se vê envolvido numa seita, o Centro de Recuperação e Redenção Leigas, fundada e dirigida por Heinrich de Newark, líder sombrio porém atencioso. Ao perceber que as leis que regem o Centro são tão austeras quanto seus participantes, ele se refugia na casa da ex- mulher, Maryse. Mas é tarde demais para qualquer fuga. Seu destino passa a ser então o deserto, mais especificamente um império da mídia baseado na fragilidade e desgraças humanas. Com O Paciente Steve, Sam Lipsyte satiriza com maestria a mortalidade, o temor natural que a finitude nos desperta e a ferocidade da mídia em explorá-la. Apesar de sua doença terminal, o anti-herói não quer morrer. Mas não seria essa a condição mais incurável de todas?
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