Livro das Mil e uma Noites - vol. 1

Um poderoso rei sassânida chamado Shahriyár descobre que sua mulher o trai com um escravo. Ele então sai pelo mundo em busca espiritual, para descobrir se há alguém mais infeliz do que ele. A resposta é afirmativa e acompanhada de uma revelação: ninguém pode controlar as mulheres, como lhe diz uma jovem adúltera. O rei retorna para seu reino e decide tomar uma medida drástica: casar-se a cada noite com uma mulher, mandando matá-la na manhã seguinte.
Depois de muitas mulheres mortas, surge Shahrazád, filha do vizir mais importante do reino, culta e inteligente, que inventa um ardil infalível para se manter viva: com as estórias que vai sucessivamente, por mil e uma noites, contando para o rei, assustado no início, cada vez mais seduzido e encantado com o passar das noites.
As fábulas contadas ao rei por Shahzarád têm, contudo, um traço diferencial muito importante em relação aos outros relatos lidos pelos soberanos. Enquanto estes pretendem orientar a ação política, indicando o caminho a seguir ou abandonar, o Livro das mil e uma noites possui outra estratégia para atrair seu leitor, dizendo-lhe ou deixando subtentendido: ´´faça (ou não faça) isso se você gostar do que lhe direi´´. O livro busca superar, assim, a idéia de uma narrativa que comunica experiências e ensina o caminho exemplar, ao se propor como uma narrativa pura e simples, que se oferece a juízos arbitrários e caprichos da opinião. São diversas as relações dessa perspectiva com a idéia contemporânea que temos do que seja literatura.
Essas fábulas de terror e piedade, de amor e ódio, de medos e paixões violentas, com enredos delicados ou brutais, repletas de referências à cultura árabe, são um repertório fantástico e único da literatura mundial. Desde o século XVIII, vários escritores importantes e distintos entre si inspiraram-se no Livro das mil e uma noites, como Voltaire, Macaulay, Edgar Allan Poe, Marcel Proust, Machado de Assis e Jorge Luis Borges. Também foi a partir do mesmo século que as estórias do livro começaram a ser traduzidas para inúmeros idiomas e se tornaram tão populares que Jorge Luis Borges as considerava ´´parte prévia de nossa memória´´. E com razão, pois quem não conhece Ali Babá, Aladim, ou Simbá, o marujo, personagens da memória de todas as crianças?



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