Livro e Ausência de Livro em Tutaméia, de Guimarães Rosa
Guimarães Rosa, em Tutaméia, consegue, pelo jogo que institui com o livro e através dos artifícios da linguagem que privilegiam o não dito, evidenciar mais fortemente, no próprio espaço do livro, o vazio da obra, ou seja, o não-lugar de livro. Esse não-lugar é sustentado pelo universo paradoxal criado pela própria linguagem de Guimarães Rosa, que troca o que já é assimilado, comum, por aquilo que é incomum, causando, assim, pelas inversões que propõe em Tutaméia, um obstáculo e um estranhamento ao pensamento habitual do leitor, tanto nos prefácios pelos quais aponta para a existência de um outro universo, o do "não-senso, a êle afins", que se demonstra pelo reverso como nas estórias, em que as situações das personagens se resolvem mesmo em meio ao paradoxo, pelo "contrário do contrário, apenas", ou ainda pela mudança permanente de referencial: "o contrário da idéia-fixa não é a idéia sôlta", "o contrário do aqu
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