Agora Deus Vai Ter Pegar Lá Fora

O livro conta a história de um padre à espera de dois alvarás de soltura: um espiritual e outro material. Um vindo de Roma, no qual pede dispensa de seus votos religiosos, e outro de Brasília, em que apela de sua condenação pela Justiça Militar da época. Em Agora Deus Vai Ter Pegar Lá Fora, o autor mistura realidade e ficção, e mesmo nomes reais de alguns companheiros de prisão não coincidem, necessariamente, com os fatos a eles atribuídos. "Um pouco do que nele se conta aconteceu mesmo naquela cadeia; outro pouco aconteceu também, mas não lá; outro pouco não aconteceu nunca e o resto merecia ter acontecido", explica o autor. Agora Deus Vai Te Pegar Lá Fora mostra como se dava a pequena, mesquinha e manhosa repressão no interior. Às vésperas de uma nova vida, o personagem acha que, se descobrir por que realmente foi condenado, vai entender melhor quem ele é e como o mundo funciona. As visitas e os amigos tentam ajudá-lo, mas com advertências e conselhos que às vezes mais perturbam que animam: "acho que agora Deus vai te pegar lá fora"; "e vê se não trai essa vocação de revelar a graça de Deus na graça da vida"; "só cuidado com mulher de nariz curto". Apesar da cerrada marcação da cidade, ele consegue formar com os companheiros de cadeia um grupo bastante unido pelo futebol, o chimarrão e alguma filosofia. No livro, as cenas mais surrealistas são próximas do real. "Eu vivi muitas coisas naquela cadeia, algumas delas bem antes de ficar padre. E posso dizer que, no dia-a-dia, as relações humanas numa cadeia não tão diferentes das que acontecem num convento, numa empresa, numa família. Parece que, à certa altura, por estranho que pareça, a miséria e a precariedade resultam numa certa liberdade interior, num sentido mais ágil e apurado de comunhão e de festa", finaliza.


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