Phutatorius

"Phutatorius encarna a linha Ruído na coleção de prosa da DBA. Como raros livros na literatura brasileira, o enigma de JAIME RODRIGUES é um "evento que atrapalha ou impossibilita a comunicação". Pois é: roubando ao título o nome de uma personagem do Tristam Shandy, de Lawrance Sterne, Rodrigues parece ter escrito um romance exatamente explorando a impossibilidade de comunicação. Um poeta, encerrado em um apartamento cheio de livros, sente sede. Levantar-se ou não para buscar um copo d´água? Enquanto se decide, o narrador observa as digressões filosóficas, os devaneios oníricos e os passeios pela alta (Shakespeare) e baixa (Superman) culturas do tal sujeito. Samplers de Horácio, Burroughs, Grimm e Keats, entre outros, tramam-se na demente malha narrativa, remixados a opiniões várias sobre artistas - em que despontam achados como "o intelectual brasileiro é um brasileiro que sabe datilografia". Entre metamorfoses psíquicas e mudanças súbitas na dinâmica, herança dos cortes secos da Nouvelle Vague, ironia, sarcasmo e ódio movem o livro em ação ininterrupta: a desconcertante visualidade de Phutatorius propõe, por exemplo, que elefantes sobrevoam metrópoles despejando toneladas de Black Shit Caçado em sebos e cultuado por confrarias, o romance ganhou o II Prêmio Érico Veríssimo de Romance (Lya Fagundes Telles, Hélio Pólvora e Guilhermino César formavam o júri) e estava esgotado desde a primeira edição, de 1979. Continua tão desafiador como na época do lançamento: assim como o Finnegan´s Wake de Joyce ou o PanAmérica de Agrippino, Phutatorius não parece ser sobre alguma coisa - é a própria coisa."


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