Eugenia, Antropologia Criminal e Prisões no Rio Grande do Sul

A prisão moderna no Rio Grande do Sul, seguindo uma tendência comum aos países ocidentais, é institucionalizada a partir da segunda metade do século XIX. Entre esse período e as primeiras décadas do século XX assistimos a duas matrizes jurídico-filosóficas que estruturam a prisão: a primeira marcada pelo classicismo e pela política correcional e a segunda pelo positivismo e pelo biodeterminismo, esse último marcante na Antropologia Criminal. A História da Prisão suscita várias preocupações histórico-sociológicas e, entre elas, é preciso mencionar a população carcerária, suas características no que diz respeito à tipologia de crimes cometidos, à etnicidade, à faixa etária, à nacionalidade, ao perfil profissional, para citar algumas que este livro procura analisar.
A história do sistema penitenciário revela também as interfaces entre as ciências que se debruçaram sobre o crime e o criminoso, nomeadamente a Medicina, o Direito e a Antropologia, ambas, vale dizer, influenciadas, em menor ou maior grau, pelo discurso eugênico.
Na interseção entre o crime e a loucura, ou ainda entre o criminoso e o louco, assistimos durante o final do século XIX e início do século XX ao debate entre o Direito e a Medicina Legal, nomeadamente entre o Direito e a Psiquiatria. Esse debate rico na explicitação das estratégias mais recônditas das duas grandes áreas do saber dos séculos XIX e XX nos revela uma série de enunciados acerca da constituição do campo de intervenção sobre a loucura e sobre o criminoso, mas, além disso, dos enunciados que constituem os dois campos discursivos que incidem sobre os chamados anormais, sobre suas possibilidades estigmatizantes e sobre o esquadrinhamento de suas existências em instituições totais amplamente reguladas e racionalizadas.


Clique aqui para comprar este produto no Submarino.com.br Conheça outros produtos indicados pelo Planeta News