Mato, Palhoça e Pilão: o Quilombo, da Escravidão às Comunidades...

No início dos anos 1500, viviam no litoral brasílico em torno de seiscentos mil americanos, sobretudo aldeões de língua tupi-guarani. Os colonizadores lusitanos ocuparam as terras litorâneas; eliminaram, escravizaram ou assimilaram as populações nativas; impuseram economia escravista e latifundiária voltada à produção de mercadorias. Por três séculos e meio, a produção escravista colonial regeu a sociedade colonial e imperial brasileira, impondo duríssimas condições de existência aos trabalhadores escravizados, primeiros americanos, a seguir africanos e afro-descendentes.
Os trabalhadores feitorizados serviram-se de diversos meios para oporem-se, em forma consciente, semi-consciente e inconsciente à exploração escravista, destacando-se entre eles a resistência na execução do trabalho; a apropriação de bens por eles produzidos; o justiçamento de escravistas e prepostos; o suicídio; a fuga; o aquilombamento; a revolta; a insurreição. O cativo resistiu ininterruptamente, mesmo quando se acomodava à escravidão.
A principal forma de resistência do cativo à escravidão foi a oposição ao trabalho escravizado, através do corpo mole, da sabotagem das ferramentas, do auto-ferimento, etc. O profundo desamor ao trabalho feitorizado impôs a necessidade de que o produtor direto fosse estreitamente vigiado, durante a produção, ou duramente castigado, quando não cumpria suas tarefas, ensejando gastos não-produtivos com o controle e a vigilância que oneravam duramente essa forma de produção, como apontado por Jacob Gorender, no clássico O escravismo colonial. [1]


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