Arresto do Windhuk: Recordações de uma Luta Judiciária, O

"Foi uma delicada peça de Porcelana, enviada por você, o que me fez voltar ao passado e recordar a figura encantadora de seu pai, o meu amigo José Nabuco, que tanto me distinguiu com a sua confiança em freqüentes convocações para participar de defesas de clientes seus, em causas que envolviam matéria criminal em que era especializado o meu escritório. Nabuco foi um pioneiro no Brasil na assistência profissional do advogado a empresas, de modo geral. Era a consultoria, em caráter permanente, e também, o contencioso forense, quando as partes desavindas não se compunham e o litígio tinha de ser resolvido nos tribunais. Ainda me lembro do Bartolomeu Anacleto, advogado pernambucano, de grande valor, que talvez tenha sido o primeiro companheiro de Jose Nabuco, ou associado, na banca inovadora que montaram no Rio de Janeiro. Ao que a minha memória guarda, dois outros escritórios assemelhados havia, comandados pelos advogados americanos - Momsen e Kinkade - com o primeiro trabalhando Edmundo Miranda Jordão, Thomas Leonardos e Eurico Raja Gabaglia e, com o segundo, Rodrigo Otivio Pilho. (...) Voltemos a La Boétie, que morreu muito cedo, aos 33 anos. Colega e amigo de Montaigne, este o chamava irmão e nele via ´uma alma que indicava uma bela imagem em todos os sentidos´. Você foi feliz invocando Etienne de La Boetie e reavivou em mim uma saudosa evocação do passado - o sentimento da amizade por José Nabuco, que veio a tona e muito me comoveu. Também não sou capaz de traduzir Boétie, mas dele sei que a sua memória permanecerá sempre, através dos tempos, ligada à palavra amizade".
- EVANDRO LINS E SILVA


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